Ministro da Previdência assume discurso firme sobre fraudes no INSS diante de pedidos de CPI
Ministro visa proteger sua posição ao abordar fraudes no INSS em meio a pressões por CPI e críticas na oposição.

Assessores próximos ao ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, informaram que a decisão de adotar um discurso mais firme sobre fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) visa proteger sua posição no governo. Na última terça-feira, durante sua participação na Comissão de Previdência da Câmara dos Deputados, o ministro abordou as irregularidades, mas muitos acreditam que a postura deveria ter sido assumida antes, especialmente durante a cobertura da operação "Sem Desconto".
O cenário se agrava com o pedido protocolado por deputados da oposição para a criação da chamada CPI do INSS, que já conta com 185 assinaturas. A proposta precisa, agora, da aprovação do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para seguir adiante. O temor no governo é que essa CPI possa ser utilizada para desgastar ainda mais a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na semana passada, Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS, foi demitido após a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) desencadearem uma operação contra fraudes envolvendo descontos indevidos. Assessores do governo criticam Lupi por, em vez de abordar as falhas no sistema, ter defendido Stefanutto em sua aparição pública. Esse episódio causou danos à imagem do ministro e refletiu negativamente sobre o governo.
Além disso, integrantes do governo expressaram preocupação de que Lupi, ao finalmente reconhecer as irregularidades, o tenha feito tarde demais, quando sua permanência no cargo já se tornava alvo de críticas e demandas por sua demissão. O clima no Congresso, por sua vez, é descrito como desfavorável ao governo, o que poderia facilitar o avanço da CPI.
Representantes do governo alertam que a posição de Motta, que já enfrentou críticas por não pautar o projeto de anistia aos golpistas de 8 de janeiro de 2023, pode complicar ainda mais sua relação com a oposição. O deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO) afirmou que já possui o número necessário de assinaturas para protocolar a CPI, que visa apurar um suposto esquema de corrupção nos descontos dos aposentados e pensionistas do INSS.
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