Mudança na presidência do INSS não resolve crise de fraudes em benefícios previdenciários
Novo presidente do INSS enfrenta desafios com fraudes que afetam milhões de beneficiários e exigem ações urgentes do governo.
A recente saída de Carlos Lupi do Ministério da Previdência, substituído por Wolney Queiroz, não altera a situação crítica que paira sobre o INSS. O escândalo relacionado a descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas, que emergiu com força em Brasília, teve seu início em 2019 e veio à tona sob a gestão do governo Lula.
O Palácio do Planalto reconhece que a mudança na presidência do INSS não é suficiente para sanar os problemas. Embora Wolney já ocupasse uma posição importante dentro do ministério, a Controladoria-Geral da União (CGU), o Tribunal de Contas da União (TCU) e o próprio INSS já haviam alertado sobre fortes indícios de fraudes ocorrendo na instituição.
Um dos aliados do presidente Lula, ao ser questionado sobre a situação, foi claro ao afirmar que a responsabilidade pela implementação das ações necessárias agora recai sobre o novo presidente do INSS. Tal afirmação indica que Lula está assumindo pessoalmente a responsabilidade de lidar com essa crise. A escolha de Gilberto Waller Júnior, um experiente procurador federal e ex-corregedor do INSS, para liderar a nova gestão foi feita sem o envolvimento direto de Lupi ou Wolney, mas em diálogo com órgãos de controle interno.
No dia 2 de junho, durante uma reunião com a Advocacia-Geral da União (AGU) e a CGU, os representantes do INSS enfatizaram a necessidade de agir rapidamente para demonstrar a capacidade de resposta à crise. A urgência em reparar os danos causados aos beneficiários lesados é evidente, e o órgão está trabalhando para avaliar com precisão quantos aposentados e pensionistas foram afetados e o tamanho do prejuízo gerado.
A proposta de ressarcimento para os aposentados lesados será submetida ao Planalto no início da próxima semana, evidenciando a tentativa do governo de mitigar os danos causados por este escândalo. As implicações desse caso repercutem profundamente, com a estimativa de que cerca de 4 milhões de beneficiários podem ter sido prejudicados.
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