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Milhã,03/05/2025

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Liberdade de imprensa enfrenta declínio preocupante nos Estados Unidos e América Latina, aponta relatório da RSF

Declínio acentuado da liberdade de imprensa na região é exacerbado por políticas autoritárias e retorno de líderes críticos à mídia.


Liberdade de imprensa enfrenta declínio preocupante nos Estados Unidos e América Latina, aponta relatório da RSF Porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, concede coletiva para repórteres em sala de imprensa da Casa Branca em 15 de abril de 2025. — Foto: AP/Alex Brandon

A liberdade de imprensa está enfrentando um declínio preocupante nos Estados Unidos e na América Latina, um fenômeno destacado por um recente relatório da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF). De acordo com a organização, o retorno de Donald Trump ao poder tem contribuído significativamente para essa "deterioração alarmante", que também afeta nações como Argentina, El Salvador e, de forma alarmante, a Nicarágua.



O documento ressalta que esta deterioração na liberdade de imprensa na América se insere em um contexto de crise global, caracterizado por pressões políticas, dificuldades econômicas e o domínio das plataformas digitais. Para a RSF, esta é a primeira vez desde que começou a compilar seu ranking, em 2002, que o cenário global foi classificado como "difícil". A média de pontuação caiu para menos de 55 pontos, refletindo um quadro ainda mais sombrio, enquanto a Noruega continua no topo com 92,31 pontos.



Um dos poucos pontos positivos mencionados no relatório é a recuperação do Brasil, que subiu 19 posições neste ranking, alcançando a 63ª colocação. A pontuação do país aumentou de 58,59 para 63,8, destacando-se como uma exceção em meio ao contexto de retrocessos globais.



A ONG também enfatiza a queda dos Estados Unidos, que agora está na 57ª colocação, representando uma descida de 10 posições em relação ao ano anterior. Esta nova queda é atribuída à postura do governo Trump, que tem adotado uma posição de "guerra aberta contra o jornalismo". Artur Romeu, diretor da RSF para a América Latina, afirma que a retórica e as ações políticas dos EUA têm um impacto direto na dinâmica da liberdade de imprensa em toda a região.



O relatório detalha que a administração de Trump tem politizado instituições, reduzido o suporte a meios independentes e marginalizado jornalistas, resultando em um clima de "crescente hostilidade" em relação à imprensa. Além disso, o governo dos EUA congelou recursos destinados a organizações de mídia públicas em outros países, o que agravou a situação de diversas publicações.



A situação não é diferente em vários países da América Latina, que, segundo o relatório, atravessam uma "virada autoritária". A Argentina sob a liderança de Javier Milei despencou no ranking, caindo 21 posições. Em El Salvador, sob Nayib Bukele, a situação também piorou, enquanto o Peru, sob Dina Boluarte, registrou uma queda de 5 colocações. O governo de Daniel Ortega na Nicarágua é apontado como um dos mais severos, tendo eliminado veículos independentes e forçado muitos jornalistas ao exílio.



O relatório destaca que, em nível global, mais de 112 países estão registrando retrocessos, e a situação é particularmente crítica em países onde a prática do jornalismo é considerada "ruim". No entanto, a RSF também lança luz sobre a situação na Palestina, onde as condições foram descritas como "desastrosas" após a morte de quase 200 jornalistas durante conflitos recentes.



Em suma, a liberdade de imprensa no mundo está passando por momentos difíceis, com a concentração de mídia e a desigualdade na distribuição de publicidade exacerbando a crise. Isso cria um cenário preocupante para o pluralismo e a qualidade da informação disponível para as sociedades.




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