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Milhã,17/05/2025

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Governo Lula amplia investimentos públicos e enfrenta desafios para controlar inflação e dívida pública

Governo prioriza expansão de investimentos e medidas econômicas, enquanto enfrenta a necessidade de equilíbrio fiscal e controle da inflação.


Governo Lula amplia investimentos públicos e enfrenta desafios para controlar inflação e dívida pública Presidente Lula conversa com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em evento público — Foto: Getty Images via BBC

O governo federal, sob a liderança de Luiz Inácio Lula da Silva, tem ampliado os investimentos públicos, mesmo após a aprovação do arcabouço fiscal. O Banco Central, que está sob a direção de Gabriel Galípolo, reitera que está apenas respondendo às condições econômicas, afirmando que o aumento das despesas pode provocar inflação e fazendo um apelo por mais "harmonia" na política monetária, especialmente em relação à definição das taxas de juros.



Com as eleições presidenciais de 2026 se aproximando, o governo acelerou suas ações de estímulo econômico. Dentre as iniciativas anunciadas estão a liberação de recursos do FGTS, a implementação de novas diretrizes para crédito consignado no setor privado e a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda.



A partir de hoje (16), será implementada uma nova regra para a portabilidade do crédito consignado, que beneficiará os trabalhadores com contrato CLT. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem reforçado que a expectativa é de um crescimento médio do Produto Interno Bruto (PIB) superior a 3% durante sua gestão.



Por outro lado, o Banco Central tem destacado que a economia está crescendo acima do que é considerado "potencial", o que implica a necessidade de "desacelerar" para evitar pressões inflacionárias. O BC justifica que sua atuação é reativa e, portanto, se há um aumento significativo nos gastos que agrava a situação econômica, medidas de juros mais rigorosas se tornam necessárias. A instituição baseia suas decisões nas expectativas de inflação, tendo a meta definida em 3%, com uma faixa de tolerância entre 1,5% e 4,5%.



Atualmente, há um descompasso entre a política fiscal, que envolve os gastos públicos, assim como a política creditícia e monetária, refletindo um conflito que perdura desde o início do governo Lula. Isso resulta na dificuldade em gerenciar a inflação, levando o Banco Central a aumentar frequentemente a taxa de juros, que já apresenta impactos negativos no endividamento público.



A dívida total do setor público atingiu 75,9% do PIB, ou R$ 9,1 trilhões, conforme dados do Banco Central. Se considerarmos as diretrizes do FMI que incluem os títulos públicos detidos pelo BC, a proporção é ainda maior, chegando a 88,3% do PIB.



Ala do governo e economistas discutem a situação. Rafael Cardoso, economista-chefe do Banco Daycoval, enfatiza que, mesmo com um ritmo de gastos públicos mais moderado nos últimos meses, a política fiscal continuou sendo inequívocamente expansionista, principalmente devido ao aumento dos benefícios sociais. Ao passo que a estratégia de juros do BC permaneceu contracionista, essencialmente operando acima da taxa neutra da economia.



Rafaela Vitoria, economista-chefe do Banco Inter, destacou que as políticas de gastos têm dificultado o trabalho do Banco Central no controle da inflação, que viu um aumento significativo nos últimos meses. Ela sugere que não é necessário um corte radical nas despesas, mas sim uma disciplina fiscal mais rígida.



O governo, por sua vez, tem defendido sua capacidade de manter um crescimento robusto. Haddad afirmou que, mesmo com juros altos, a previsão para este ano é um crescimento em torno de 2,5%. Entre as ações propostas para impulsionar a economia estão a ampliação do teto para gastos públicos e a retomada de políticas de reajuste do salário mínimo.



Além disso, o governo está promovendo avanços como a retomada dos pisos de gastos em saúde e educação, o pagamento de dívidas de precatórios e a divulgação de iniciativas que permitem acesso ao crédito para diversos setores.



No entanto, a aprovação do arcabouço fiscal, que tem como objetivo limitar os aumentos nas despesas públicas, gera discussões. O governo enfrenta a necessidade de promover cortes em gastos obrigatórios para assegurar a sustentabilidade da dívida pública.



A pressão do mercado sobre as contas públicas e as expectativas futuras são tópicos constantes nas análises econômicas, com especialistas questionando a viabilidade do arcabouço fiscal à luz do crescimento elevado das despesas obrigatórias.



Enquanto isso, o Banco Central, preocupado com a resiliência da economia e as altas despesas, observa a necessidade de desaceleração para alcançar a meta de inflação de 3%. O BC destaca que a política fiscal tem gerado estímulos significativos à economia e que a interação entre as políticas fiscal e monetária deve ser harmoniosa para o sucesso na contenção da inflação.




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