O ex-presidente Fernando Collor de Mello agora cumprirá sua pena em casa, em uma cobertura na orla de Maceió, após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Nesta quinta-feira (1º), ele deixou a penitenciária onde estava desde o dia 26 de setembro, quando o ministro Alexandre de Moraes determinou o início do cumprimento da pena de 8 anos e 10 meses, por crimes relacionados à corrupção, investigados na Operação Lava Jato.

A cobertura duplex, situada no Edifício Residencial Chateau Larousse, no bairro Jatiúca, foi penhorada em novembro de 2024, como garantia para o pagamento de uma dívida trabalhista de R$ 264 mil a um ex-funcionário da TV Mar, parte do conglomerado de mídia de Collor. Avaliado em R$ 9 milhões há seis meses, o imóvel possui uma vista privilegiada para o mar, além de piscina privativa, bar e quatro suítes.

Dois andares compõem o apartamento, que apresenta uma série de comodidades. No primeiro pavimento estão a varanda, salas de estar e jantar, um gabinete, lavabo, adega, despensa e a copa/cozinha, junto com três suítes, uma delas máster. Também há um quarto de empregada com banheiro. O acesso ao pavimento superior é feito por uma escada, onde se localiza mais uma suíte, um ambiente adicional de estar íntimo, além de dois terraços, um coberto e outro descoberto, e, claro, a famosa piscina.

Vale destacar que, durante sua candidatura ao governo de Alagoas em 2022, Collor não incluiu a cobertura em sua declaração de bens à Justiça Eleitoral, embora no ano anterior tenha informado sua aquisição, datada de 2006, cujo valor era estimado em R$ 1,8 milhão.

A penhora do imóvel se estenderá até fevereiro de 2028, prazo em que a dívida trabalhista deve ser quitada. Caso haja descumprimento das condições acordadas, o apartamento poderá ser levado a leilão. Além deste imóvel, Collor já teve outras propriedades penhoradas, incluindo uma mansão em Campos do Jordão, também relacionada a dívidas trabalhistas.

No regime de prisão domiciliar, Collor fará uso de uma tornozeleira eletrônica e terá a visitação restrita apenas a seus advogados. Sua proibição de deixar o país se mantém e seus passaportes foram suspensos, como medida de segurança após sua defesa apresentar laudos que comprovam que ele sofre de Parkinson e outras comorbidades.