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Milhã,02/05/2025

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Música brasileira perde Nana Caymmi, aos 84 anos, no Rio de Janeiro

Perda deixa o cenário musical em luto; artista foi reconhecida por sua interpretação singular das obras de seu pai, Dorival Caymmi, e encantou gerações com sua carreira de 65 anos.


Música brasileira perde Nana Caymmi, aos 84 anos, no Rio de Janeiro Nana Caymmi (1941 – 2025) na capa do álbum ‘O mar e o tempo’ (2002), dedicado ao cancioneiro de Dorival Caymmi (1914 – 2008) — Reprodução

A música brasileira perdeu uma de suas grandes vozes com o falecimento de Nana Caymmi em 1º de maio de 2025, aos 84 anos, na cidade do Rio de Janeiro. Filha do renomado compositor Dorival Caymmi, ela sempre soube explorar sua própria identidade enquanto homenageava a obra do pai, com quem gravou pela primeira vez em 1960 a canção Acalanto.



Ao longo de sua longa carreira de 65 anos, Nana manifestou um profundo apreço pelo cancioneiro baiano que desbravou as paragens da música nacional desde a década de 1930. A artista, cujo nome completo era Dinahir Tostes Caymmi, não se encaixava no estereótipo de uma "nepo baby", sendo reconhecida como uma das maiores intérpretes do Brasil, independentemente da influência do pai.



Nana se destacou por sua interpretação emotiva e intensa, consagrando o legado musical de Dorival Caymmi através de três álbuns dedicados ao seu cancioneiro, lançados entre 2002 e 2013. O primeiro, O mar e o tempo (2002), foi o início de um tributo idealizado com o produtor musical José Milton. O projeto resultaria em um disco dedicado às canções praieiras, outro aos sambas e um terceiro ao samba-canção, gênero que Dorival ajudou a refinar nas décadas de 1940 e 1950.



Apesar de o álbum das músicas praieiras ter sido alterado em seu repertório por temores comerciais da gravadora, a intersecção dos trabalhos acabou por fortalecer ainda mais a trajetória musical de Nana. Em 2004, ela e seus irmãos, Danilo e Dori Caymmi, se reuniram para celebrar os 90 anos de Dorival, lançando um álbum ao vivo com sambas que relembravam a rica trajetória do compositor.



Nana se consolidou como a melhor intérprete do repertório de Dorival, especialmente no que se refere aos sambas-canção, onde sua interpretação de Só louco (1955) se destacou, com registros que proporcionaram profundidade e emoção. Outra joia de sua carreira é a gravação de Nem eu (1952), que abre o álbum Quem inventou o amor? (2007), evidenciando sua habilidade em transmitir a intensidade da letra com uma interpretação repleta de sentimento.



O álbum Dorival Caymmi – Centenário (2014) traz uma significativa interpretação de Sargaço mar (1985) feita por Nana, que continua a refletir sua maestria e entrega à música. Sua interpretação da canção Dora (1945), gravada em 1973, é outro exemplo da profundidade e emoção que ela conseguiu extrair de cada canção.



Assim, cada vez que Nana explorava o vasto mar musical de Dorival, ela emergia com interpretações ímpares que ecoam na história da música brasileira. Ontem, ela se despediu do palco, mas seu legado continuará vivo nas vozes que a sucederão.




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