Deputada Carla Zambelli é condenada a 10 anos de prisão por invasão de sistemas do CNJ
Deputada enfrenta apoio do PL, mesmo após condenação, e planeja futuro político para as eleições de 2026.

A deputada federal Carla Zambelli, do PL de São Paulo, recebeu uma pesada condenação esta semana. A 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a parlamentar deverá cumprir uma pena de 10 anos de prisão devido à invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Apesar da condenação e do mal-estar gerado nas relações com o ex-presidente Jair Bolsonaro, Zambelli contará com o respaldo da bancada do PL na Câmara dos Deputados. Bolsonaro, que já manifestou opiniões negativas sobre a deputada, a considera a principal responsável pelo desempenho da sua candidatura nas eleições de 2022.
Na véspera do pleito, a então aliada de Bolsonaro foi envolvida em um incidente polêmico em São Paulo, onde exibiu uma arma em público, o que resultou na perda de apoio entre seus correligionários. Atualmente, Zambelli afirma não ter nenhuma relação com o ex-presidente, embora mantenha laços com outros membros do PL.
“Não existem relações com o presidente. Estou em contato com a Michelle e outros associados do partido. Se ele acredita que eu contribuí para sua derrota, é natural que ele esteja chateado. Já pedi desculpas e estou enfrentando as consequências na Justiça”, declarou Zambelli em entrevista.
A bancada do PL, por sua vez, pretende usar a situação em defesa da deputada em um embate com o STF. A condenação implica na perda automática do mandato, conforme a decisão dos ministros, mas os parlamentares acreditam que essa questão deve ser decidida pelo plenário da Câmara. “A responsabilidade de cassar mandatos pertence ao plenário. Toda a nossa equipe está unida em apoio a ela, e consideramos essa condenação uma perseguição”, afirmou Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara.
Zambelli, embora afirme não sentir-se isolada, expressou descontentamento com a falta de apoio do líder da oposição, deputado Zucco (PL-RS), que, segundo rumores, optou por não se manifestar sobre sua situação.
Do ponto de vista jurídico, a deputada está em risco de se tornar inelegível por até oito anos. Contudo, essa inelegibilidade só começará a contar após o cumprimento da pena, que pode afastá-la da vida pública por até 18 anos. Zambelli ainda tem a possibilidade de recorrer da decisão.
No futuro, caso a inelegibilidade se confirme, a deputada afirmou que planeja apoiar um candidato por estado nas eleições de 2026. Para isso, ela pretende lançar seus mais próximos, como sua melhor amiga ou familiares, e está até considerando emancipar seu filho, que tem apenas 18 anos, para que ele possa disputar uma vaga na Câmara.
“Conversei com minha melhor amiga, que possui princípios semelhantes aos meus, mas ela está hesitante em função do que aconteceu comigo. Também estou considerando a participação do meu pai, minha mãe ou meu marido. Se eu conseguir a emancipação, talvez meu filho possa se candidatar”, disse Carla Zambelli.
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